Duas sergipanas conquistam Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato

As peças em renda irlandesa produzidas por Maria José Souza e Neidiele de Jesus Silva, de Divina Pastora, foram escolhidas entre os cem melhores trabalhos manuais produzidos no país e condecoradas nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, com o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato.

Em sua quinta edição, a iniciativa busca reconhecer e valorizar o trabalho desses profissionais, selecionando as cem unidades produtivas mais competitivas no que diz respeito à gestão de processos, da produção à comercialização, bem como na capacidade de se diferenciar como produto sustentável em seus aspectos sociais, ambientais, culturais e econômicos.

Maria José Souza é uma das responsáveis pela Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora (Asderen). Artesã desde os oito anos, ela enxerga a atividade como uma forma de manter viva a tradição do município e de mostrar a identidade do seu povo. Exímia conhecera do “modo de fazer renda irlandesa”, dominando seus 25 pontos, Maria José já teve seu trabalho exposto em feiras no Brasil e no exterior.

“Conquistar esse prêmio tem um significado muito importante para nós, artesãs. É o reconhecimento de um trabalho que é feito com muito empenho, cuidado e que ajuda a gerar renda para diversas famílias do nosso município. Fico muito feliz por estar entre as selecionadas e isso serve como um incentivo para nos dedicar ainda mais”.

Já Neidiele de Jesus Silva é uma jovem que aprendeu a elaborar peças utilizando a técnica da renda irlandesa, seguindo uma tradição familiar. Depois de participar de um curso de empreendedorismo, ela resolveu abrir um ateliê e comercializar os artigos. Buscando inovar, a artesã investiu no design e criou peças destinadas ao público jovem, como bolsas, colares e brincos. Hoje, 70% das suas vendas são realizadas pelas redes sociais.

“Faço parte de uma nova geração que busca manter viva a tradição da renda, mas pensando sempre em como inovar para que o nosso produto alcance novos públicos. Fico feliz com essa conquista porque durante muito tempo tive receio de investir no artesanato e quero que isso sirva de exemplo para outras pessoas”, ressalta Neidiele.

A tradicional renda irlandesa de Divina Pastora é considerada patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), As peças também são comercializadas com o Selo de Indicação Geográfica (IG), um certificado que garante a procedência e qualidade dos produtos, além de agregar valor e credibilidade ao artesanato.

Além do reconhecimento nacional, as vencedoras terão seus trabalhos incluídos em um catálogo e um conjunto de vídeos sobre as melhores práticas, que serão divulgadas no site do Sebrae. Elas poderão ainda utilizar o selo Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato – 5ª Edição, o que se torna um diferencial no mercado.

O TOP 100 de Artesanato

O Prêmio contou com a participação de mais de 1,1 mil trabalhos, de todas as regiões do país. Disputaram pessoas jurídicas de direito privado, formalizadas, que produzem e comercializam produtos artesanais, sejam pequenas ou microempresas, microempreendedores individuais, cooperativas, associações ou grupos de produção artesanal.

Na primeira fase foram selecionadas as trezentas unidades que possuíam os produtos mais bem pontuados nos seguintes aspectos: qualidade técnica, qualidade estética, qualidade simbólica e inovação. Na segunda fase, foram escolhidas duzentas finalistas com as melhores práticas de gestão, mais bem pontuadas nos critérios de organização da produção, compromisso socioambiental, experiência comercial e estratégias de adaptação durante a pandemia.

Já na terceira etapa, um júri composto por cinco profissionais com notório saber nas áreas de comercialização para o mercado artesanal, turismo, empreendedorismo, artesanato e cultura brasileira definiu as cem unidades vencedoras.

Além do prêmio, as vencedoras do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato participam nos dias 18 e 19 de novembro encontro de negócios com lojistas convidados na sede do Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), no Rio de Janeiro.

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