Outdoor social leva publicidades da Prefeitura às comunidades e remunera moradores

Levar informações sobre as ações e projetos da Prefeitura de Aracaju aos espaços que são comumente negligenciados pelas campanhas publicitárias, e ainda garantir retorno financeiro às famílias das comunidades aracajuanas em meio à crise econômica foram alguns dos motivos que fizeram a Secretaria Municipal da Comunicação Social (Secom) a utilizar de maneira pioneira no estado os chamados "outdoors sociais".

Esta prática começou a ser adotada na capital sergipana em meados do mês de setembro, como forma de garantir uma maior capilaridade na disseminação das informações relacionadas à atuação da administração municipal.

Em alguns locais, por conta da sua geografia própria, os outdoors comuns não podem ser erguidos, uma vez que ocupam muito espaço. Além disso, normalmente eles estão distribuídos apenas em avenidas, de maneira que os interiores dos bairros não conseguiam ser acessados. Entretanto, com os outdoors sociais, as publicidades são expostas em fachadas de casas das comunidades beneficiadas por investimentos públicos municipais.

“A dinâmica do outdoor social é que as pessoas que disponibilizam esses espaços ganham uma remuneração das agências ou contratantes de veículos. É mais uma maneira de expandir a nossa comunicação, buscando sempre fazer com que ela alcance o mais amplo número de pessoas. Além disso, é importante para que as pessoas se vejam, uma vez que os modelos usados nas publicidades são da própria comunidade, que aparecem como chanceladoras da obra executada ou do serviço prestado pela Prefeitura”, explica o secretário da Comunicação Social de Aracaju, Carlos Cauê.  

Ganho duplo
Os anúncios publicizados estão relacionados sempre a obras ou serviços executados nas próprias comunidades, como forma de garantir os meios de acesso ao que é ofertado e também explicitar onde os recursos públicos estão sendo investidos. Para além disso, os moradores cujas residências ou pontos comerciais são utilizados recebem uma contrapartida financeira da empresa responsável pela divulgação, em um ganho duplo para a comunidade.  
 
“Se pensarmos globalmente, são duas formas de fazer chegar à população investimentos. A primeira é a obra em si, com os benefícios sociais que ela traz e a outra é quando da necessidade de divulgação dessas obras, fazer com que a comunidade participe disso rentavelmente”, ressalta Cauê.  

O retorno dos aracajuanos em relação à nova modalidade de divulgação tem sido bastante positivo. Um dos exemplos é o caso da assistente social Valdenia Pessoa, 40 anos, que mora no Bairro Industrial desde que nasceu, e viu sua comunidade ganhar uma escola e ela própria um incremento na renda.

“A escola [Emef Dom José Vicente Távora] é maravilhosa, a população estava precisando mesmo, porque aqui tem muita criança e nem todo mundo tem condições de colocar em lugar particular. Ela veio para beneficiar. Eu achei a iniciativa de colocar a propaganda aqui [na minha casa] excelente também, porque é pra gente mesmo, as pessoas já têm mais interesse em matricular os filhos, ficam sabendo. Quando me perguntaram se podia colocar, eu falei: claro! Ideia boa a gente tem que aderir. E o dinheiro ainda vai ajudar, já que estou desempregada. É bom para todo mundo”, comemora.

A iniciativa pegou a artesã Raphaela Machado, 34 anos, moradora do Siqueira Campos desde os 16 anos, de surpresa. Além de ver a melhora na infraestrutura do seu bairro, também ganhou um dinheiro extra, fundamental neste momento de crise.

“É uma ideia muito boa, não estava nem esperando receber. É uma ajuda, ainda mais nos dias de hoje. A pavimentação que eles estão anunciando é aqui do lado, ficou uma maravilha”, afirma.

Atualmente, a capital conta com 20 outdoors sociais, espalhados por diversos bairros, como Novo Paraíso, 18 do Forte, Siqueira Campos, Santo Antônio, Industrial e Marivan.

Os locais não são selecionados pela Prefeitura, que apenas contratou o canal de divulgação, mas pela empresa de publicidade. Os anúncios, dispostos em placas, ficam por 30 dias nos muros, podendo ser renovados ou não.

As placas que não forem utilizadas são levadas para a reciclagem, de modo a garantir a sustentabilidade ambiental do projeto.

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